terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O que eu quero de mim em 2010

Em 2010, vou romper com a síndrome do divã. Vou me aconselhar como quem deseja ouvir e crescer.

Parece que temos carência de falar. Dizer já não é tão importante. Ouvir, muito menos. Obedecer, bem, de que baú, tiraram esse verbo?

Nesse sentido, embora algo de consolador e terapêutico permaneça nesses monólogos disfarçados de aconselhamento, percebo que muitos elementos cristãos estão desaparecendo. Por exemplo, a autoridade. Nessas conversas, não se busca, de fato, a sabedoria ou a experiência do conselheiro. Claro que desejamos um interlocutor preparado. Mas o que queremos é uma vaga em sua agenda. Em especial, em seus ouvidos. Quanto mais tempo, melhor.

Desaparece, também, a submissão. Submeter-se a um amigo, um irmão? Que também tem seus problemas? Ouvi dizer que é melhor procurar alguém que não nos conheça bem — traz menos problemas.

Desaparece a autoridade e o poder coercitivo das escrituras. Liquefazem-se princípios, verdades, certezas, tradições e outros fatores de segurança que o texto bíblico traz. Abrir a Bíblia, em um aconselhamento, hoje em dia, já não é tão fácil. Além de interromper o fluxo do raciocínio daquele que está ali para falar, pode trazer constrangimento. Falta disposição para ouvir conselhos. Ou para versos bíblicos, com aplicações “discutíveis”. Se insistir, o conselheiro perde muitos pontos.

Sim, pastores, mentores e conselheiros têm sido reduzidos a ouvintes privilegiados. E serão tão menos procurados quanto menos disponíveis estiverem para uma audição “gentil”.

Este ano, desejo mudar. Falarei menos e aprenderei mais. Ouvirei conselhos e procurarei acatá-los. Investirei em docilidade. Até no caso de meu conselheiro me reprovar ou me apontar caminhos difíceis. Serei submisso; serei grato; buscarei a obediência inteligente. Aceitarei autoridade sobre mim e a honrarei; orarei por ela. Serei, novamente, “admoestável”.

Quem sabe, a partir desse exercício, em oração, a Bíblia, que há tanto tempo me tem falado palavras bonitas, volte a me dizer o que preciso ouvir. E ouvindo o que preciso ouvir (e não apenas o que eu mesmo falo), eu me cure desta traiçoeira falta de apetite espiritual. Amém.

Adaptado do texto: "Obrigado por me ouvir", de Rubem amorese

Que Papai abençoe a todos
Missionários Adilson

Um comentário:

ROMIM DIOGO disse...

SIM, SEJA FREGUÊS DE FIRMA RELIGIOSA!
OBEDEÇA AOS LOBOS!