A Bíblia, de maneira especial no Novo Testamento, nos exorta mais de cinquenta vezes ao “UNS AOS OUTROS”. São os conhecidos “Mandamentos Recíprocos”. E Deus nos tem chamado à, antes de nós mesmos, buscarmos à Ele e o seu Reino (Mt 6.33); e também de igual forma à, antes de nós mesmos, buscarmos o outro e o que é do outro (1 Co 10.24; Fp 2.3); e para não nos perdermos em nosso egoísmo, somos chamados a negarmos à nós mesmos (Mt 16.24; Mc 8.34; Lc 9.23), e seguir a vontade Daquele que disse: “ tome a sua cruz e siga-me”, para o bem de nossa própria alma.
No Reino não há lugar para a “Teologia do EU”. Precisamos aprender a buscar e praticar incansavelmente a “Teologia do NÓS”, a verdadeira teologia do Reino, o “NÓS” que somente em Cristo pode existir e subsistir, para que somente n’Ele e por n’Ele, possamos ser um o “UM” que Deus planejou e quer realizar em nossas vidas e em nosso meio.
Enquanto cada um ficar olhando somente para si, exigindo e crendo que tem o direito de receber, como se o todo existisse apenas em função das necessidades desse um, o Reino será um campo de dedos em riste, uma arena de batalha onde pessoas são acusadas umas pelas outras por não corresponder às suas expectativas falhas e pecaminosas, um ringue onde o que prevalece é o meu direito, um contexto de pessoas mesquinhas voltadas para o seu próprio umbigo comportando-se como crianças birrentas: “Ah, se não for do jeito que eu quero então não brinco mais. Magoei!”
O Reino não é um campo de batalhas, mas sim, uma Seara, um terreno a trabalhar que necessita de trabalhadores que estejam dispostos a abrir mão de si mesmo em prol de um propósito maior e mais sublime: o anúncio e expansão deste Reino para o bem de todos e não de alguns em especial (Mt 9.38; Lc 10.2). A questão é que, devido a “Teologia do EU”, muito poucos estão dispostos a superar a si mesmos e ser instrumentos úteis para o bem do “nós” que verdadeiramente glorifica o Senhor da Seara. Por isso repito que, como cristãos, precisamos cada vez mais nos preocupar com o Reino de Deus e o seu crescimento e não tanto conosco mesmos, para não colocar em perigo o “eu” de cada um que o Senhor quer resgatar e abençoar por meio do seu Reino, a fim de transformar-nos no “UM” com Ele (Jo 17.11).
Pare de olhar somente para si, olhe para o Reino. Pare de exigir, disponha-se mais. Pare de cobrar dos outros, ofereça-se. Abaixe seu dedo em riste, estenda sua mão. Abandone o egoísmo e a mesquinhez do “EU”, experimente o propósito abençoador do “NÓS” escondido no riquíssimo solo deste Reino que precisa unicamente da tua disposição pois, o trabalho é grande e os trabalhadores abnegados ainda tem sido muito poucos.
Que Papai abençoe a todos
Missionário Adilson
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