sábado, 31 de outubro de 2009

A (in)utilidade de ser cristão

Acordei. Depois do ritual da manhã (lavar o rosto, escovar os dentes, tomar café, ler a bíblia, fazer oração) sai de casa rumo ao trabalho.

Pelo caminho deparei, com o que classificamos a escoria da sociedade. Indigentes, moradores de rua, jogados na calçada, embriagando-se, sem nenhuma perspectiva de vida. Tive dó. Mas logo meu senso moral me fez chegar a seguinte conclusão: a culpa era deles. Bando de vadios, alcoólatras. E assim, prossegui em paz, agradecido a Deus por não ser como eles.

Hora do almoço. Arroz, feijão, carne, salada, refrigerante ou suco. Sobremesa. Senhor Jesus obrigado por essa refeição, foi a oração que acompanhou esse momento sagrado. Logo após encontrei-o: um homem com seus filhos e mulher desempregada, morando de aluguel e salário maravilhoso de R$350, 00. Suas refeições muitas vezes sem a saborosa mistura, as crianças sem o leite para o café da manhã. As crianças ajudando o pai catando papelão e latinha na rua, sem tempo de ir à Escola, praticar esportes, ler livros, ver desenho animado - se não trabalhar não come. Ao ouvir o relato fiquei espantado e indignado com o governo e a sociedade! Culpei-o por fazer tantos filhos, por ser inconseqüente, irresponsável e alienado. E fiquei satisfeito por saber que a vida não esta fácil pra ninguém. Antes de despedi-lo, lhe dei-lhe um folhetim de evangelismo com o endereço da igreja. Nesse, estava escrito que ele era um misero pecador e estava condenado ao inferno. Ficou feliz. Até que enfim encontrou razão para tanto sofrimento. Para o inferno que estava vivendo. A culpa era de Deus.

Ele se foi. E eu agradeci a Jesus por não ter vergonha de anunciar o evangelho. Afinal de contas, que ousadia a minha. Mais um folheto entregue!

Chegando em casa, tomei um belo banho. Entre varias peças de roupa, escolhi a mais nova. Diante a vários pares de sapato, achei um que combinasse com a roupa. Propus-me a jantar, e que jantar abençoado... Em seguida fui à igreja. Orei. Cantei louvores. Li as Sagradas Escrituras. Gritei aleluia, gloria a Deus. Que coração quebrantado. Escutei pacientemente um maravilhoso e longo sermão sobre as bênçãos de Deus por ser seu filho. Após o culto, o comentário habitual - fofoca gospel era sobre ela. 17 anos. Quando criança ate freqüentou a igreja. Agora esta grávida. O pai do bebe. Está preso. Traficante e bandido, tem 18 anos e ainda não tomou rumo. Eles mantêm relações sexuais na cadeia. Culpada é a mãe. Prostituta. Que exemplo deu a filha! E foi ela quem mandou namorar marginal!

Fui pra casa, assistir televisão. Corrupção, desigualdades sociais, mortes, estupros, tráfico, policia invadindo o morro, o morro invadindo a cidade, PCC, mensalão, máfia de sanguessugas. Era o relato do jornal de mais um dia nesse mundo que jaz no maligno. O capeta. A culpa e toda dele.

Antes de deitar, li a bíblia e fiz a oração da noite: “obrigado Jesus por me abençoar tanto, pela salvação. Ah! Quero te fazer um pedido. Preciso ganhar mais no meu emprego para obter mais conforto. Preciso prosperar, afinal sou dizimista fiel...” enquanto orava adormeci na minha confortável e segura casa, no meu colchão de R$900,00.

Fonte: Por Ricardo Perpétuo da Silva, no EvangeliCool

Que Papai abençoe a todos
Missionário Adilson

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A dimensão moral da ansiedade

Há uma dimensão moral na ansiedade. Observe que Cristo apresenta como mandamento o chamado a não permitir que a ansiedade domine o coração dos seus discípulos: "... não andeis ansiosos pela vossa vida...". A conexão entre o verso 25 e os anteriores é muito clara. No verso 24, por exemplo, Cristo fala de um homem divido entre o amor a Deus e o amor às riquezas, mostrando a completa impossibilidade de uma pessoa servir a dois deuses ao mesmo tempo. Lá está aquela pessoa exprimida entre o desejo de servir a Deus e o desejo de servir ao dinheiro. Uma escolha que desagradará a um deles terá que ser feita, pois tanto o dinheiro quanto Deus fazem exigências diametralmente opostas à alma. Deus quer que o ser humano prospere, acima de tudo, no campo do ser. O dinheiro só reconhece a prosperidade do ter. No reino de Deus vale quem é. No reino do dinheiro vale quem tem. Deus manda dar dinheiro e dele debochar. O dinheiro exige acúmulo e respeito. Acontece que o dinheiro possui certas vantagens em relação a Deus. Tal como Deus o dinheiro apresenta atributos de divindade. Faz promessas que o Deus cristão faz ao homem. Poder, fama e segurança são algumas das promessas que ele faz aos que prostrados o adorarem. O que o torna mais atraente como fonte de segurança é o fato de ele parecer mais concreto. Você pode tocá-lo. Uma vez que você o tenha poderá acioná-lo a qualquer hora. A escolha por uma dedicação integral de vida a ele é inevitável para aquele que não confia o suficiente no caráter de Deus. Esse é o ponto: quando não se confia no caráter de Deus vive-se em função de um ídolo que ofereça proteção, o que conduz inevitavelmente à ansiedade. É por isso que pessoas passam por cima de tudo e de todos por causa de dinheiro, e quando se vêem no meio de uma crise econômica, enfartam.

Fonte: www.palavraplena.com.br

Que Papai abençoe a todos
Missionário Adilson

sábado, 24 de outubro de 2009

Ficar ou Ficar - Quando Ficar é o Oposto de Permanecer

Houve um tempo em que o verbo "ficar" significava o contrário de partir, assim como o adjetivo "maçante" significava entediante. Mas as coisas mudam, e os sentidos das palavras têm que se ajustar, para poder descrever as novas realidades. Surge, por exemplo, entre os jovens, o adjetivo-gíria "massa", que significa algo positivo, superlativo: muito bom. Daí, um filme "maçante" é um filme maravilhoso.

O verbo ficar significava permanecer, não partir. Mas as relações se transformam, se superficializam, se utilitarizam e se irresponsabilizam de tal forma que os jovens precisavam de um termo mais apropriado para o que antes se chamava de compromisso, de namoro, de noivado. Por ironia, o termo escolhido foi "ficar", que quer dizer "cair dentro, amassar e sair fora". Dispensam-se conversa, nomes, gostos, ideais, compartilhamentos, sonhos, projetos de vida, compromissos, família, personalidades e outras "caretices". Isso não tem nada a ver. A gente se encontra numa festa, "fica" e se manda. Parte pra outro (a).

Mas não nos iludamos. A prática de ficar não é um fenômeno exclusivamente jovem. É muito mais que isso: é um sintoma social. O jovem fica porque a sociedade onde ele vive cria o ambiente onde esse comportamento é normal. Nessa sociedade, o sócio fica na sociedade, o marido fica com a esposa, o fiel e o pastor ficam na igreja, o profissional fica no cargo, e assim por diante. Imagine os efeitos devastadores dessa volubilidade toda sobre uma alma solitária, que sonha com um lugar para habitar. Refiro-me ao conforto, ao colo de um ambiente social; ao aconchego de um grupo, com o qual compartilhar sua vida, seus valores, temores, aspirações e perspectivas. Tudo é terrivelmente eterno — enquanto dura!

Nossa sociedade desaprendeu a ficar. Está sempre partindo. Compulsivamente, como que empurrada par fora de relações estáveis e duradouras por uma força invisível e irresistível. Nossos corações não têm mais onde descansar; nossas mentes não têm mais lares, nossas consciências são nômades, avulsas, autônomas. Autonomia, aqui, assume a forma de algoz: quer dizer que somos nossa própria lei, nosso próprio padrão, nosso próprio juiz.

Precisamos encontrar o caminho de volta. Precisamos reaprender a ficar.

Fonte: www.amorese.com.br

Que Papai abençoe a todos
Missionário Adilson

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

EU GOSTARIA QUE VOCÊ ME AMASSE - Um e-mail à Igreja do Século XXI

Eu gostaria que você me amasse — mas você diz que já me ama...
Eu gostaria que você quisesse ficar, mas você tem tantos compromissos inadiáveis. Parece que está sempre saindo.
Eu gostaria que você fosse mais carinhosa quando estamos juntos, mas você prefere ser litúrgica — diz que é para não ser mal interpretada pelos outros.
Eu gostaria que tivesse prazer em nossas conversas, e não ficasse olhando o relógio, quando estamos juntos. Você sempre tem compromissos apertados com nossos encontros; tem que sair apressada; acorda tarde e almoça cedo, só no domingo.
Eu gostaria que a expectativa de nosso encontro especial do domingo gerasse tanta excitação que você fosse dormir mais cedo no sábado, só pensando em nosso encontro — e que as festas, bailes, filmes, tudo empalidecesse com a doce espera da nossa reunião.
Eu gostaria que você quisesse me levar junto, em suas viagens, em seus negócios, ao cinema, às rodinhas de amigos, ou que me convidasse para assistirmos juntos ao filme da madrugada, mas você diz que é coisa só sua, que minha presença seria inconveniente...
Eu gostaria que você gostasse dos meus filhos (afinal, agora são nossos filhos).
Eu gostaria que você sonhasse comigo, e, nos seus sonhos, eu estivesse olhando para você amorosamente.
Eu gostaria que você amasse as coisas, as conversas, os cheiros, as sensações que eu amo — todas simples, singelas, bonitas —, para que toda vez que você estivesse numa situação dessas, se lembrasse de mim, mas você prefere sensações mais fortes, picantes, sensuais...
Eu gostaria que você tivesse saudade de mim, dos meus lugares, dos meus altares, das minhas coisas, da minha gente — em especial no domingo — saudade essa que a levasse a ansiar por me ver.
Se você não pode me amar carinhosamente, porque "é feito só de razão", então, quem sabe, você me amasse só com a razão, sendo fiel nas pequenas coisas, que me tivesse presente nos caminhos, nas decisões, nas escolhas, nas palavras, nas reações.
Ah, como eu gostaria de sentir segurança no seu amor — eu sinto como se você fosse mudar a qualquer momento, e pedir um tempo para pensar...
Eu gostaria de poder sonhar com o futuro, tendo você nele, sem sobressaltos nem dúvidas, nem sombras.
Por exemplo:
Eu gostaria que você se indignasse por mim, ao presenciar algo que abomino; ao ver a injustiça, a mentira, a opressão, a pobreza, a vida desregrada, o alcoolismo, as drogas — uma indignação como a minha, que encarna, que parte para fazer algo a respeito, como a mulher que ungiu os pés do meu Filho, na frente de todos, com a coragem que vence reinos;
Eu gostaria que você se indignasse, quando alguém fala mal de mim — e saísse em minha defesa, usando do bom-senso que lhe dei, para não atirar pérolas a porcos;
Eu gostaria que você não achasse graça de piadas indecentes (que sempre banalizam as coisas boas e santas que criei, como o sexo, o casamento, a fidelidade...), não gostasse de falar palavrões, que não gostasse de filmes pornográficos, que não olhasse lascivamente para incrédulos, que não fizesse aliança com eles, não flertasse com o inimigo, que não invejasse sua vilolência e suas taras;
Quando você faz essas coisas, sinto enorme insegurança no seu amor; parece que você mantém um pé fora da nossa relação, e eu choro de ciúmes;
Eu gostaria que você amasse aqueles que amo e odiasse meus inimigos — que tivesse misericórdia das crianças (hoje em dia, quase todas órfãs), do estrangeiro (ou visitante), das viúvas (ou separadas) piedosas, das ovelhas avulsas, perdidas e sem pastor, e resistisse, em meu nome, aos cínicos, presunçosos e soberbos;
Eu gostaria de poder lhe falar do meu amor, sem que você olhasse para o relógio ou fosse "obrigada" a ir beber água lá fora;
Eu gostaria que você desligasse o celular quando eu estou lhe falando do meu amor ou fazendo planos com você;
Eu gostaria que você procurasse nos bolsos e encontrasse os presentes que lhe tenho dado — meus dons para você — e que os usasse com orgulho e carinho, como se fossem colares e pingentes de valor sentimental;
Eu gostaria que você me servisse sem precisar de cargos ou funções oficiais — simplesmente usasse, com singeleza, os presentes que pus nos bolsos de sua vida. Eu gostaria que você me servisse sem esperar outra recompensa senão meu olhar de aprovação.

***
Esses são os sonhos que tenho sonhado para nós. São sonhos porque não posso transformá-los em realidade por meio de imperativos ou mandamentos.Nem mesmo eu posso obrigá-la a querer. Tenho que esperar. O máximo que posso fazer é sair por aí, à sua procura, na esperança que você, um dia, queira ter um eterno caso de amor comigo.
Você ainda é tão menina! Não despertou, inteiramente, para o amor. Não tem olhos para mim. Ainda não pode entender nem corresponder ao meu amor. Só sabe me chamar de pai, pedir e agradecer coisas — a maioria das quais eu já lhe dei mais de uma vez, e estão empilhadas no seu quarto de brinquedos.
Fico triste em perceber que a insegurança do seu amor por mim transforma-se em insegurança sua, a respeito do meu amor; não sabendo amar, você não se deixa amar inteiramente por mim.
Mas eu tenho esperado por você. E quando estiver crescida, talvez venha a ter olhos para mim; e, então, quem sabe, queira e possa corresponder a essa forma louca, integral, passional, desmedida, com que você é amada.
Quando isto acontecer, você passará a ver a vida com olhos de uma adolescente apaixonada: sem temores, sem medos, sem inseguranças ou desânimos (porque o amor lança fora o medo). Ao contrário, você terá a energia da alegria, a força e o desassombro da certeza; e os sonhos da esperança — os sonhos dos meus sonhos. Você será indestrutível, e prevalecerá contra as portas do próprio inferno.
E quando a dor e a adversidade vierem (porque virão), você as enfrentará com os olhos sempre nos meus; sabendo que essa leve e momentânea tribulação não são para comparar com o que temos construído juntos, aqui e no porvir — e entenderá, finalmente, sobre alegria na tribulação.
Quando estiver idosa e vivida, você ainda dará frutos; e poderá dizer que desfrutou, verdadeiramente, da minha boa, perfeita e agradável vontade, e que foi capaz de fruir e usufruir muito do que já lhe tenho reservado nesta vida, e falará aos seus filhos e netos, sobre a minha paz. A paz incompreensível que encontrou no meu amor.

Fonte: www.amorese.com.br

Que Papai abençoe a todos
Missionário Adilson